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Mortes por coronavírus crescem a taxas mais elevadas na Região Metropolitana de Campinas

Taxa de letalidade se aproximou de 4% entre os dias 7 e 13 de junho; na semana anterior, percentual era de 3,3%

De acordo com uma nota técnica do Observatório PUC-Campinas, dos 1.759 casos confirmados de coronavírus na Região Metropolitana de Campinas (RMC), entre os dias 7 e 13 junho, 70 resultaram em mortes. A taxa de letalidade atinge 3,98%, superando o percentual de 3,3% registrado na semana epidemiológica anterior. Na ocasião, foram contabilizados 48 novos óbitos entre as 1.447 pessoas infectadas pela doença.

O município de Campinas, com 1.078 novos casos e 47 mortes, desponta como o principal alvo da pandemia na região em números absolutos. Proporcionalmente, considerando o tamanho da população local, a cidade de Indaiatuba é a mais impactada até o momento, com taxa de óbitos de 12,5 para cada 100 mil habitantes. Anteriormente incluída na lista dos piores municípios com esse indicador (relação de casos e mortes), Hortolândia apresentou queda no período analisado, enquanto Nova Odessa exibiu comportamento crescente.

Encerrada a semana epidemiológica no último sábado (13), a região totalizava 6.320 casos e 256 óbitos causados pela covid-19, aumento de 21,5% e 45,8%, respectivamente, comparando-se ao período anterior. Mais uma vez, os números indicam tendência crescente da curva de contágio. Com os resultados, o Departamento Regional de Saúde de Campinas, que integra 42 municípios, foi é o segundo do Estado em novas ocorrências fatais da doença, atrás apenas da Grande São Paulo.

Na região acompanhada pelo Portal Viva Vinhedo, de acordo com dados da PUC-Campinas, até 6 de junho, Jundiaí anotou o maior número de óbitos desde o início da pandemia, 104. Na sequência, aparece Valinhos (7), Louveira (4) e Vinhedo (2).

Análise isolamento social

Contudo, segundo a nota técnica, ainda não é possível apontar uma relação entre o relaxamento das medidas de isolamento social e o aumento dos casos. Para o infectologista da PUC-Campinas André Giglio Bueno, professor da Faculdade de Medicina, os efeitos dos decretos municipais que flexibilizam as restrições de deslocamento, incluindo a reabertura do comércio, devem ser vistos nos próximos relatórios.

“Em Campinas, que permitiu o retorno de algumas atividades no dia 08 de junho, o crescimento da transmissão deverá ser percebido no prazo de uma ou duas semanas, considerando o tempo entre o início dos primeiros sintomas e sua evolução para quadros mais graves”, destaca Bueno, que também atua na área de infectologia no Hospital PUC-Campinas.

Dada a aceleração no ritmo de crescimento das mortes na região, o economista Paulo Oliveira, coordenador da análise, afirma ser necessária a articulação entre as prefeituras que compõem os polos econômicos regionais, de maneira a controlar a pandemia e garantir um retorno seguro e efetivo das atividades econômicas, atualmente marcadas por quedas de demanda e produção, além de redução dos postos de trabalho.

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